O Dream Teens é uma rede de 106 jovens líderes (entre os 11 e os 19 anos), que juntamente com a equipa de apoio formada por especialistas, constitui uma rede a nível nacional.
A internet é a maior fonte de informação do mundo. Em poucos segundos posso pesquisar sobre quase qualquer assunto e estar a par com o que se passa em Portugal e no resto do mundo. Qualquer pessoa pode colocar conteúdos na internet, contribuindo para o seu crescimento — contudo, por muito que considere esta característica importantíssima para uma internet livre e de qualidade, tal representa uma espada de dois gumes. Por um lado, esta liberdade torna a internet diversificada e com muita informação útil, mas por outro lado a mesma pode ser utilizada para fins incorretos e até mesmo maliciosos, geralmente com propósitos políticos ou lucrativos.
A atual polémica das notícias falsas representa como a internet pode facilmente ser utilizada para manipular grandes grupos de pessoas, com a agravante das redes sociais serem frequentemente utilizadas para amplificar essas notícias. Testemunhei jovens que piamente acreditaram em notícias falsas, sem primeiro pesquisar por outras fontes e sem primeiro verificar o tipo de site em que estavam.
Deve-se denunciar essas notícias e as respetivas contas quando as mesmas aparecem nas redes sociais, alertando os outros utilizadores e recorrendo à funcionalidade de denuncia que cada plataforma oferece. Para além disso, acho importante aprender como detetar a falsidade dessas notícias. O ónus deve estar nas redes sociais para remover conteúdo, mas dada a dimensão das mesmas, que aumenta de dia para dia, é impossível detetar todos os casos. A utilização de algoritmos para a remoção de notícias falsas, embora útil, não é o suficiente e estes algoritmos são, por vezes, erráticos. Por isso, é importante informar como detetar notícias falsas, porque quanto menos pessoas acreditarem, menos motivação os escritores das mesmas terão de prosseguir com a sua tarefa, o que resultará em menos conteúdo falso. Através da divulgação de técnicas para a deteção de notícias falsas nos meios de comunicação social e nas escolas é possível impedir a subversão da nossa democracia e mitigar o efeito deste aspeto negativo da internet.
“Participação significa ter um envolvimento, ter tarefas e assumir responsabilidades. Significa ter acesso e ser incluído ou incluída”
“FAZ-TE OUVIR! Manual, Edições Dinamo
“A política de juventude deverá ter como objectivos prioritários o desenvolvimento da personalidade dos jovens, a criação de condições para a sua efetiva integração na vida ativa, o gosto pela criação livre e o sentido de serviço à comunidade.” Artigo 70º, Constituição da república Portuguesa
Reuniu-se nos passados dias 18 e 19 de Maio para debater a juventude, em Gaia, concretizando, assim, a I Conferência da Juventude de Gaia. Começou por se apresentar alguns projetos de juventude, tanto a nível local, como a nível nacional, dando-se destaque aos jovens, ao quão importante é a sua ativação e o seu papel no futuro pela voz do presidente da câmara de Gaia, pela representação do projeto Erasmus + e pela representação do IPDJ.
Ainda numa primeira parte, disse Tiago Rego, do Associativismo Jovem, que a participação de jovens é essencial para a criação de competências e valores. Alertou para o facto de que a juventude e as suas necessidades não são, de todo, estáticas, estando, pelo contrário, em constante evolução, precisando portanto de projetos e de motivações distintas ao longo do tempo. De comunicações e de métodos diferentes - como é que se chega aos jovens?
Por fim, por parte do Conselho Nacional de Jovens, falou Hugo Carvalho, que com um discurso um pouco mais polémico deixou algumas perguntas no ar: o que andamos, afinal, a fazer?; o que é a juventude?; o que é preciso mudar e quais as prioridades de cada ano? Sublinhou ainda o facto de ser importante que estes projetos aconteçam de jovens para jovens e de que a sua visão muda, ao longo do tempo (como já tinha referido Tiago Rego). Disse que não é o ter, é o ser; não é a existência de direitos, mas sim a sua aplicação; é preciso questionar as pessoas e provocar reflexões.
No que se seguiu do dia, houve apresentação de vários e variados projetos de, por e para jovens em Gaia. De entre tudo, destaca-se a aprendizagem em conjunto (entre pares) e o benefício para ambas as partes, em qualquer projeto, o facto das mudanças comportamentais serem demoradas e o querer de jovens motivados, curiosos, envolvidos, determinados.
Seguiu-se o segundo dia da Conferência, o qual se focou numa aprendizagem para a educação informal, com participação em dois diferentes workshops.
Numa fase inicial foi feita uma master class informal onde estavam à disposição vários jogos sem instruções nenhumas, com o objectivo de mostrar a nós mesmos até que ponto seríamos capazes de completar o que nos era pedido. Fomos divididos em grupos e fomos resolvendo os jogos da melhor forma que sabíamos: uns com mais conhecimento, outros com menos, ou até mesmo com ajuda de outros grupos que foram aparecendo aleatoriamente. Chegamos à conclusão que não seria necessário seguirmos o gameplay original, porque de uma forma ou de outra conseguimos completar os desafios. Tudo isto para mostrar que a aprendizagem entre pares é muito importante porque nos proporciona: - Aprendizagem experimental e voluntária;
- Facilitação num ambiente seguro, estrutural e participativo com uma vertente educativa e crescimento no meio;
- Focado nas necessidades de quem aprende onde o grupo é o centro da aprendizagem;
- Flexibilidade;
Depois demos, então, início aos workshops onde apresentámos as nossas preocupações enquanto técnicos que trabalham com jovens e, de uma forma geral foi mencionado várias vezes a falta de interesse por parte dos jovens, o que nos leva também a refletir sobre o que está a falhar: estamos perante a geração do ter, quando deveríamos pensar em ser.
Enquanto jovens não sentimos que o ter faça de nós pessoas mais instruída, valorizadas no mercado de trabalho, ou com maior destreza para resolver determinados problemas - até pelo contrário, nem sempre serão as “posses” que nos definiram como pessoas.
Passámos à construção de um nosso “ Chão comum” em que, na forma de debate temático, a fim de resposta a diversas afirmações, nos aproximámos e entendemos como, no geral, havia um fio condutor, mesmo entre as opiniões, primariamente, opostas.
Numa fase seguinte, tivemos de responder ao desafio: “Estas três pessoas encontraram esta melancia ao mesmo tempo e cada uma quer a melancia só para ela, cabe ao grupo decidir quem fica com a melancia”. Instalou-se o silêncio na sala, interrompido pelo argumento de que não se conseguia ser egoísta e se questiona se realmente o problema tem mesmo que ser resolvido desta forma. Seguem-se as restantes argumentações e o grupo decide que a escolha deve ser feita através de quem irá tirar melhor usufruto da melancia. Seguiram-se bastantes silêncios, algumas quantas falácias e argumentos disparatados, sentimento de revolta, injustiça e ações mais ou menos inesperadas. Ao transpormos a situação para o real, percebemos o quão nos era familiar, por tantas vezes dependermos pouco de nós nas decisões de que fazemos parte, ou que, não fazendo, nos implicam diretamente.
Foram-nos apresentadas algumas visões acerca do que é a participação jovem, do que é o nosso papel nessa participação: trabalhamos na Escada de Hart onde os jovens estão distribuídos da seguinte forma:
1- Jovens manipulados (Não participam);
2- Jovens como decoração (Não participam);
3 - Jovens com participação simbólica (Não participam);
4- Jovens designados e informados;
5- Jovens consultados e participação informada;
6- Ações iniciadas por adultos e decisões partilhadas com jovens;
7-Ações iniciadas e implementadas por jovens;
8- Partilha na tomada de decisões;
e foi-nos apresentada a estratégia OMEDA com os seguinte tópicos: - Oportunidade;
- Meios (Recursos);
- Espaço;
- Direito;
- Apoios (Físicos, Financeiros, Moral);
Seguido de algumas técnicas de co-gestão:
Preparação;
Encontrar aliados;
Abordar um potencial parceiro de cogestão;
Definir objectivos, áreas de responsabilidade e formas de trabalhos;
Avaliar recursos necessários;
Planear a fase introdutória;
Lançar o estabelecimento do sistema de cogestão;
Tudo isto, de forma a entendermos o que podemos melhorar e adaptar nas nossas estratégias interventivas nos projetos que trabalhamos.
Achei este workshop bastante interessante pela forma como foi abordado e todas as temáticas que foram apresentadas.
No workshop sobre Oportunidades de Financiamento e Ferramentas de Gestão, os participantes começaram por se apresentarem. Depois, foram apresentados os componentes de um projeto: Um conjunto de atividades, objetivos, calendário e orçamento. Criar e manter um projeto passa por identificar o problema do qual o projeto vai resolver, desenhar o projeto, financiar o projeto, implementar o projeto e avaliar o mesmo. Ao longo de todo o processo deve ser feita uma monitorização e revisão do projeto. Foi desenhada uma “árvore dos problemas” para definir o problema central, os seus respectivos efeitos, as causas diretas e as causas indiretas. Um projeto deve começar por resolver as causas indiretas para, assim, conseguir resolver as causas diretas e acabar ou mitigar o problema central e, por conseguinte, os efeitos. Na árvore, esta sequência é vista de baixo para cima, das causas principais até aos efeitos. No workshop imaginamos que éramos uma instituição jovem que identifica o elevado nº de jovens desempregados como o problema central que o nosso projeto iria resolver. A “árvore dos objetivos” foi desenhada da mesma forma da dos problemas, mas com diferentes componentes: Um objetivo específico, os objetivos gerais que advêm, os resultados esperados, e as atividades. A ordem, de baixo para cima, é a seguinte: atividades, resultados esperados, objetivo específico e objetivos gerais. Pegamos no exemplo anterior sobre o desemprego jovem e delineamos os objetivos do nosso projeto. Depois de um intervalo, começamos com a etapa do financiamento. Existem dois tipos de prospeção: Passiva e ativa. A passiva utiliza ferramentas como o Google Alerts e as newsletters de financiadores, enquanto que a ativa utiliza motores de busca de financiamento como o Acegis e envolve a pesquisa por palavras-chave como “fundos” e “prémios”. De seguida, estivemos a analisar um regulamento e a aprender o que devemos ter em atenção, como o prazo, o orçamento, o tipo de projetos que podem participar, entre outras coisas. Tive, com muita pena minha, de sair mais cedo do workshop por questões de transporte, por isso posso apenas relatar até aqui. Gostei muito do evento e agradeço aos colecionadores do workshop e à equipa do evento.
A sociedade de hoje em dia tem várias perceções sobre o mundo atual mas estas perceções, por vezes, não são as mais reais em relação a certos temas que são influentes no meio.
Será peculiar ou normal vivermos numa sociedade onde o álcool, o tabaco, as drogas ou as redes sociais têm tamanha relevância para a juventude? Será que o meio consegue ser tão persuasivo ao ponto de mudar a visão de um jovem? Em pleno século XXI deparamo-nos com o aumento dos consumos, de forma geral, o que faz-nos acreditar que existem motivos suficientemente fortes para a juventude cair na tentação de fugir à realidade e não lidar com os seus problemas. Será que uma família disfuncional, um caso de violência doméstica, uma psicopatologia desenvolvida, um caso de pedofilia ou até mesmo a falta de demonstração afetiva por parte da família podem levar um jovem ao desespero ou deixá-lo indiferente face ao que é legal ou ilegal?
Ao longo destes anos a juventude tem sido precoce em relação a diferentes áreas, desde a idade em que iniciam a sua vida no mundo virtual ao consumo de álcool nas noitadas com amigos. Por exemplo, um jovem de 13 anos já sai sem a supervisão dos pais para as noitadas e aqui está um comportamento ao qual devemos analisar, a culpa dos jovens serem demasiado precoces está na irracionalidade dos pais ou em quererem que os filhos tenham novas experiências? Será que os pais conhecem os perigos como realmente estes são ou apenas ignoram-nos? Na minha perspetiva associo as noitadas precoces à falta de comportamentos afetivos por parte dos pais e isto acontece porque estes estão demasiado cansados para lhes darem atenção ou devido à profissão que fica comprometida se não atingirem os seus objetivos profissionais. Obviamente que uma família estruturada e com objetivos traçados faz com que as suas vidas pessoais estejam organizadas mas se uma criança, principalmente dos 7 aos 15 anos, não sentir os seus pais presentes, perde parte de uma capacidade emocional que não foi desenvolvida.
Uma das áreas mais interessantes para os jovens tem atraído a preocupação dos adultos, psicólogos ou até mesmo psicoanalistas, sendo esta a área da tecnologia, em que o telemóvel é substituído por um relógio digital de pulso, os rádios substituídos por tablets, os livros de colorir substituídos por startboards, enfim, onde as tecnologias já crescem nas mãos de um bebé em formação dentro do útero da mãe. Infelizmente as relações interpessoais já não são cultivadas como acontecia antigamente, pois os computadores substituem constantemente os amigos e a saída para um simples café é substituída por um telemóvel se for necessário. Olhamos para o mundo tecnológico com uma certa frustração mas no final com admiração, pois, apesar da sociedade estar consciente da falta de comunicação, a tecnologia consegue sobrepor-se e oferecer experiências, emoções e oportunidades que as comunicações interpessoais não conseguem ou não desenvolvem.
Um estudo feito pela OMS revelou que os jovens têm vindo a consumir substâncias ilegais bem como iniciado a sua vida como fumadores ativos de uma forma precoce, sendo estas umas das maiores realidades da atualidade. As grandes perguntas relacionadas com estes temas são se tudo passa por um processo adaptativo ou pessoal? Se esta realidade tem sido atenuada? Se as medidas tomadas pelo governo, tais como o aumento do preço ou as imagens numa caixa de tabaco, diminuem a compra deste mesmo? Se os estabelecimentos cumprem mesmo as leis ou infringem-nas para conseguirem ter um maior lucro? Um leque grande de questões que por vezes não são respondidas. A verdade é que a nossa sociedade tem sofrido grandes alterações mas nem essas conseguem acabar com este consumo que muitas vezes é mortal. De forma geral, um jovem de 14 anos inicia a sua vida como fumador para se integrar num grupo mas acaba por tornar-se vítima desse mesmo vício. O facto do aumento do preço do tabaco ter-se tornado uma realidade em Portugal não afetou as vendas, por outro lado, em 2015 as vendas subiram 14% em relação a 2014, logo, o que interessa ao Governo é o lucro que fazem e não a diminuição das vendas para a prevenção de variadíssimas doenças.
Assim sendo, as gerações mais novas estão cada vez mais afetadas com certas realidades que vivem no seu dia-a-dia bem como no seu meio, deixando-as infelizes e desviadas da verdadeira realidade. Com mudanças constantes na vida de um jovem, este tem a opção de escolher o seu caminho, tudo depende da capacidade psicológica que ele tem para encarar o seu futuro e construí-lo da melhor forma. Às vezes um simples elogio pode despoletar grandes atitudes bem como outros tipos de comportamentos. As gerações moldam-se ao que experienciam e, por vezes, precisam de linhas guias para não ficarem centralizadas apenas no que vivenciaram, daí ser muito importante um ombro amigo, uma família estruturada e com comportamentos afetivos suficientemente positivos para criarem uma criança saudável mentalmente ou até mesmo uma boa psicóloga escolar.
-Texto feito pela Dreamer Daniela Guilherme com a cooperação de Beatriz Pereira, Psicomotricista.
(Fonte da imagem: http://mbp-kobe.com/elements/profiles/cozystyle/images/cache/image_60797_640_0.jpg)
No dia 13 de Janeiro realizou-se na junta de freguesia da Póvoa de Varzim a apresentação do projecto ATIVA(Mente) - Envelhecer com atitude! O 'ATIVA(Mente) - Envelhecer com atitude!' foi desenvolvido no âmbito do projeto Dream Teens (Iniciado a março de 2014 o Dream Teens (DT) faz parte do projeto Aventura Social, sob a coordenação da Professora Doutora Margarida Gaspar de Matos (Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa), em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian e a Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde.) com a finalidade de dar voz aos seniores! Iniciado a Fevereiro de 2016 este projecto visa uma perspectiva diferente: A perspectiva sénior, uma voz sábia! Numa era onde a tecnologia é mais importante que a palavra, apresentamos um documentário surpreendente de vivências únicas e extraordinárias. Este será o único documentário onde é preciso ter atitude para envelhecer!
“Se assumires que não há esperança, irás garantir que não haverá esperança. Se assumires que existe um instinto pela liberdade, que existem oportunidades para mudar as coisas, então existe a possibilidade de que podes contribuir para um mundo melhor.” –Noah Chomsky
2016 pode ter acabado, mas as sementes que deixou no solo germinarão em 2017. Algumas dessas sementes são positivas, como a vitória de António Guterres para secretário-geral da Organização das Nações Unidas, mas outras olho com receio, como a vitória de Donald Trump para o cargo de presidente dos Estados Unidos da América. Os eventos que marcaram 2016, para o bem ou para o mal, não nos abandonarão este ano. Vamos continuar a ouvir sobre Brexit, sobre Trump, sobre qualquer temática predominante no ano anterior. Para além do desenvolvimento dos momentos marcantes do ano anterior, temos conhecimento de eventos dos quais irão dar que falar este ano, como as eleições francesas, que podem manter ou quebrar com a União Europeia dependendo do resultado. Depois também existem os eventos que poderão surgir de surpresa pelo ano dentro, que podem ser bons ou maus. Estamos a navegar em águas desconhecidas, temos um bom pressentimento sobre certas situações, outras pelo contrário, e umas tantas das quais não fazemos ideia.
Este ano, em Portugal, temos as eleições autárquicas. Estas vão decorrer próximas do final do ano — o site do CNE (Comissão Nacional de Eleições) aponta para setembro ou outubro — mas não considero que seja cedo demais para apelar ao voto. Estas eleições não têm a projeção internacional das eleições francesas, especialmente quando está também em jogo o futuro da UE, contudo as autárquicas são uma oportunidade para fazermos a diferença no local onde vivemos. Rejeito a visão de que todos os políticos sejam iguais, por isso considero importante a pesquisa sobre os partidos e as forças independentes candidatas, para saber os seus princípios, o seu passado, o que estão a fazer atualmente, e o que prometem para o futuro. Após essa análise, será mais fácil escolher uma candidatura conforme os ideais de cada um. Ainda assim, no cenário em que alguém não se revê num dos partidos nem nas forças independentes, o voto em branco é uma opção, pois será um voto que não fará parte da abstenção e será um voto de protesto, não de indiferença.
Acho importante que os jovens tenham noção do direito ao voto, pelo que defendo duas medidas nacionais: o voto a partir dos 16 anos de idade e o apelo ao voto nas escolas a partir do 9º ano de escolaridade. A voz dos jovens é importante ser ouvida em todo o lado, por isso esta pode e deve ser expressada nas urnas.
Nos últimos anos, Portugal tem tido uma abstenção elevada nos momentos eleitorais. Este ano, podemos fazer a diferença e votar. Não resolve tudo no mundo, mas fizemos o que estava ao nosso dispor. Isto é o que é importante.
Desejo a todos um excelente 2017.
-Manuel Magalhães
(Fonte da Imagem: http://www.motherearthnews.com/~/media/Images/MEN/Editorial/Articles/Magazine%20Articles/2003/10-01/Grow%20Your%20Own%20Seeds/grow-your-own-seed.jpg?h=364&la=en&w=550&hash=17233DA402961709219E4FCE4773DB8E6019D937)
As crianças têm cada vez menos tempo livre. A escola e as atividades extracurriculares ocupam a maior parte do tempo das crianças hoje em dia, sobrando muito pouco tempo livre para despender com as famílias e para brincar. E os trabalhos de casa vêm, neste contexto, ameaçar ainda mais o tempo destas crianças, nomeadamente o que passam com os pais em casa e até a harmonia familiar ao final do dia. Uma questão tem, então, sido colocada ultimamente: será que as crianças deveriam mesmo trazer trabalhos para casa?
No primeiro ciclo, trazer trabalhos de casa todos os dias é excessivo, na minha opinião. Acho isto principalmente porque, no primeiro ciclo, as crianças ainda não têm maturidade suficiente para perceberem o porquê de não poderem brincar, de terem de estar uma hora, ou por vezes mais, a fazer algo por obrigação, para além de todas as horas que já passaram na escola. Concordo, contudo, que existam trabalhos de casa esporadicamente como, por exemplo, aos fins de semana.
A partir do segundo ciclo, acho que os alunos devem receber trabalhos para fazer em casa. Contudo, essas tarefas deveriam ser moderadas relativamente à quantidade e divididas por todas as disciplinas do currículo, para que os alunos se pudessem preparar para todas elas. Os trabalhos de casa servem, neste caso, como uma habituação ao estudo e como revisão da matéria lecionada durante o dia.
Quando os jovens já são mais velhos, acho que os trabalhos de casa não deveriam ser obrigatórios, mas sim propostos. Deste modo, estar-se-ia a dar uma maior independência e autonomia aos alunos e a permitir que eles também tenham algum poder de decisão nos seus estudos.
Acho inviável que os trabalhos de casa sejam retirados completamente. Na minha opinião, estes são uma boa forma de ir consolidando aprendizagens, visto que isto não é muitas vezes possível em tempo de aulas, apesar da pesada carga horária que os alunos têm hoje em dia. A verdade, é que os programas e metas curriculares são demasiado extensos para que todo este trabalho possa ser realizado em sala de aula.
Hoje em dia o ser humano mudou muito, comparativamente com há uns anos atrás.
Estamos em mudança e isso é uma constante.
As novas tecnologias, a “febre” dos ginásios, os novos hábitos alimentares, menos sedentarização…
São inúmeras as atividades, programas, estudos para combater os “maus” e “velhos” hábitos.
Mas será que estamos a preocupar demasiado com umas coisas e outras se acabam por esquecer?
Dois estudos da American Cancer Societv (ACS) vieram a comprovar, num congresso em Paris, que o número de mortes nas mulheres provocadas por cancro está a crescer e tem tendência a aumentar.
Estima-se que até 2030, 5,5 milhões de mulheres, a uma escala mundial, perderão a vida devido ao cancro.
Se formos a pensar em números, é quase metade da população portuguesa… “Os cancros associados aos países desenvolvidos estão a tornar-se mais comuns.” (estudo ACS).
Será que não estamos a tomar a devida atenção á sociedade e ao desenvolvimento da mesma, ao seu comportamento.
Será que não estamos a investir SERIAMENTE em estudos e investigações nesta área?
Sem saúde não há emprego, não há poder de compra, a economia do país sofre significativamente.
Esta é uma perspetiva, não vista por muitos.
O tipo de cancro mais conhecido é o cancro da mama e este deverá ser o mais fatal nos próximos 15 anos, mas acrescem o cancro do colo do útero, intestinos, pulmão. Estes são os que provocam mais mortes a nível mundial.
“Para os que enfrentam a doença agora, é preciso investir em tratamentos eficientes e em cuidados paliativos.Além disso, a vigilância e a investigação para a prevenção e tratamento continuam a ser indispensáveis” afirma a (ACS).
Em suma, sociedade mundial evolui, mas como disse no inicio estamos em contante mudança e é preciso sempre mais e mais e mais, porque assim nós exigimos para crescermos enquanto individuos, população, enquanto sociedade.
Há que estar alerta para combater as preocupações futuras.
Combater o cancro não é fácil e os números comprovam no bem, mas podemos evitá-lo e evitar inúmeras mortes. Basta atuar…
Existem dias maus, suportáveis, mas maus. Depois existem dias como o de hoje, dias em que se erguem muralhas, se fecham janelas e se trancam portas. Disse, Einstein, da ciência e do exacto, da lógica e do racional, que, e cito, “Há duas coisas infinitas: o universo e a estupidez humana”. Hoje, num ato que teve pouco a que se possa chamar de racional, a estupidez humana viu-se infinita, como já não se afirmava há algum tempo. Era de manhã e parecia que tudo se integrava na rotina diária, quando me deparei com a notícia de que tinha sido lançada uma nova bomba: a vitória de donald j. trump (e que se faça do seu nome algo tão pequeno quanto os seus ideais). Desde então que sinto a necessidade de expressar o que sinto e o que penso, de gritar, mesmo sabendo e tendo hoje confirmado que o mundo é feito de surdos. Infelizmente, hoje foi dos dias em que mais me faltaram as palavras, pelos motivos também, infelizmente, mais óbvios. Se existe algo que aprendi com o tempo é que temos de saber lidar com as desilusões, mas nunca me ensinaram a lidar com isto. Um líder, por si só, é o reflexo daqueles que o elegeram e eu, principalmente enquanto mulher e posteriormente enquanto Homem, recuso-me a aceitar que uma grande parte da população mundial ainda se faça reger por pensamentos e acções machistas, xenófobos, homofóbicos, transfóbicos, racistas, entre tantos outros semelhantes ou superiormente ignorantes. Como pôde Trump chegar e, além de marcar presença, ficar? Como pôde uma campanha eleitoral que tinha tudo para ser ruidosa, fazer mais do que apenas barulho de fundo e chamar tanta gente para a ouvir e seguir? Entre nacionalismos e desejos de voltar aos “bons velhos tempos”; entre falta de identidades e facilitismo perante influências; entre aquilo que os Media dizem e aquilo que incutem. Entre estes e outros mares de opiniões e mentes, estão os votos que deram a vitória a trump. Estão os votos que derrotaram Democratas e aquilo que restou de um mundo consciente e, agora, receoso. Parece-me que a partir deste momento vivemos num mundo de extremos, numa transformação constante entre a comédia e o terror, mas numa construção crescente de ódio e medo. Vejo-me dentro de uma máquina do tempo, que para além de nos fazer recuar vários anos, faz com que tantas lutas e conquistas pela igualdade sejam, agora, suprimidas. Ao mesmo tempo, vejo erguerem-se, de novo, guerras contra estes mesmos direitos e, eventualmente, outras tanto ou mais violentas e abrangentes. Para finalizar a onda de contradições que até agora tem sido de difícil compreensão, deixo a notícia de que, também hoje, foi dia de comemoração dos 27 anos desde a queda do muro de Berlim, enquanto é prometida a construção de outros tantos que demarcam, não só, a divisão entre o homem branco, heterossexual e preconceituoso de todos os outros que lhe são diferentes, como também a divisão entre diferentes nações. Sinceramente não sei o que é pior: se a construção de muros físicos ou a construção de muros mentais. E questiono, por último, quantos de nós ainda têm voz para se juntar ao grito que quer, apesar de tudo, sempre crescer.
- Sara Fialho e Teresa Carreira
(Fonte da imagem: https://www.facebook.com/comunidadeculturarte/photos/a.863113933715140.1073741828.863016237058243/1503365293023331/?type=3&theater)
A vitória de Donald Trump representa uma ameaça em vários sentidos, para os EUA e para o mundo: o temperamento dele poderá colocar em xeque acordos históricos, como o acordo nuclear do Irão e o fim do embargo Cubano. Ele vai rejeitar metas ambientais, ameaçar a segurança de grupos minoritários, entre outras ações reprováveis. Muitos dos seus apoiantes vão sentir legitimados para provocar crimes de ódio devido à eleição de Trump e o seu discurso.
As sondagens indicam que o voto branco foi o principal impulsionador da conquista de Trump. Ele passou uma mensagem de que os bons velhos tempos voltariam com ele, com empregos e segurança, e que, para o fazer, seria preciso acabar com o “politicamente correto”, não poupando em insultos e incentivos contra as minorias. A comunidade negra e a comunidade latina praticamente não votaram em Trump porque sabiam tornar-se-iam bodes expiatórios caso ele ganhasse, mas infelizmente o voto da população branca foi suficiente para conseguir dar a Donald Trump o lugar de presidente.
De futuro há certas coisas que podem ser feitas para evitar a ascensão de “futuros Trumps” para o cargo de presidente. Uma delas é a abolição do colégio eleitoral, que tem um dado número de representares em cada estado. Mais pessoas votaram na Hillary Clinton do que no Donald Trump, mas como mais representantes do colégio eleitoral votarão em sentido do Trump, ele acabou por ganhar as presidenciais. Não faz sentido que o candidato com mais votos não fique presidente. Outra é nunca ignorar e nunca esquecer quando um futuro candidato tem uma conduta imprópria, por muito repetitivo que seja, repudiando e não dando o nosso voto. As restrições de voto aplicadas em alguns estados impedem grupos minoritários de votar e o facto de não haver tolerância de ponto no dia de voto são fatores que impactam o resultado da votação, por isso sugiro que estas restrições sejam levantadas e que seja concedido o dia para os trabalhadores irem votar. Finalmente, o partido Democrata deve analisar o que correu mal com a sua estratégia e pensar em algo diferente.
Inevitavelmente teremos quatro anos de Trump, mas a bola está no lado dos EUA para que não tenhamos oito anos de Trump.
“A única coisa necessária para o triunfo do mal é que os homens bons não façam nada.” -Edmund Burke
Lembro-me ter ouvido um discurso de Obama há relativamente pouco tempo onde que ele criticava Trump. Trump faz cometários misóginos e, como os partidos de extrema-direita europeus, instiga o medo com ataques dirigidos a grupos étnicos, religiosos e raciais. Não é a primeira vez que Obama critica Trump, mas neste discurso em concreto notei que Obama estava particularmente exasperado, referindo que as pessoas já não ligavam tanto às coisas terríveis que Trump dizia. O discurso de ódio *per se* já é repulsivo o suficiente, mas a sua normalização consegue ser ainda mais grave pela sua falta de notoriedade por parte de quem não é atingido.
O pior é que, em alguns grupos, esta normalização já é sentida. A comunidade cigana em Portugal é alvo de injurias desde há anos, mas a sociedade em geral aceita tal como normal. Sinto que estão a ser dados passos contra isso, mas lutar contra algo que está intrínseco na sociedade é mais difícil do que algo que é visto como inaceitável pela generalidade das pessoas, daí a importância de nunca deixarmos de “ligar” a comentários ofensivos só porque são frequentemente utilizados.
A defesa da liberdade de expressão não tem a ver com o discurso de ódio, pois a liberdade de expressão não protege este tipo de discurso, tanto em Portugal como em outros países, por não falar que essa liberdade não inibe as consequências provenientes dos seus atos. A liberdade não pode ser usada para desumanizar, tirando a liberdade a outros.
Por isso defendo que devemos travar estes processos de normalização, não aceitando que o discurso de ódio seja proferido sem critica, senão os perpetradores deste tipo de discurso levarão avante a sua intenção de instalar as suas mensagens de ódio nas sociedades.
-Manuel Magalhães
(Fonte da imagem: http://harvardpolitics.com/blog/wp-content/uploads/2016/04/hate-speech.jpg)
Com início em março de 2014, o Dream Teens (DT) faz parte do projeto Aventura Social, sob a coordenação da Professora Doutora Margarida Gaspar de Matos (Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa), em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian e a Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde. O Dream Teens é uma rede de 106 jovens líderes (entre os 11 e os 19 anos), que juntamente com a equipa de apoio formada por especialistas, constitui uma rede a nível nacional. O objetivo desta rede é estimular nestes jovens o sentimento de responsabilidade, liderança, empreendedorismo e autonomia, para que possam transformar os seus sonhos e ideias em projetos concretos. No Dream Teens os jovens líderes tem mais voz, e estas vozes motivam mais e mais jovens portugueses principalmente através de ações que estimulam a participação social e cívica.