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Dream Teens Aventura Social

O Dream Teens é uma rede de 106 jovens líderes (entre os 11 e os 19 anos), que juntamente com a equipa de apoio formada por especialistas, constitui uma rede a nível nacional.

ELEIÇÕES, DESILUSÕES E LIÇÕES

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Existem dias maus, suportáveis, mas maus. Depois existem dias como o de hoje, dias em que se erguem muralhas, se fecham janelas e se trancam portas.
Disse, Einstein, da ciência e do exacto, da lógica e do racional, que, e cito, “Há duas coisas infinitas: o universo e a estupidez humana”. Hoje, num ato que teve pouco a que se possa chamar de racional, a estupidez humana viu-se infinita, como já não se afirmava há algum tempo.
Era de manhã e parecia que tudo se integrava na rotina diária, quando me deparei com a notícia de que tinha sido lançada uma nova bomba: a vitória de donald j. trump (e que se faça do seu nome algo tão pequeno quanto os seus ideais). Desde então que sinto a necessidade de expressar o que sinto e o que penso, de gritar, mesmo sabendo e tendo hoje confirmado que o mundo é feito de surdos. Infelizmente, hoje foi dos dias em que mais me faltaram as palavras, pelos motivos também, infelizmente, mais óbvios.
Se existe algo que aprendi com o tempo é que temos de saber lidar com as desilusões, mas nunca me ensinaram a lidar com isto. Um líder, por si só, é o reflexo daqueles que o elegeram e eu, principalmente enquanto mulher e posteriormente enquanto Homem, recuso-me a aceitar que uma grande parte da população mundial ainda se faça reger por pensamentos e acções machistas, xenófobos, homofóbicos, transfóbicos, racistas, entre tantos outros semelhantes ou superiormente ignorantes. Como pôde Trump chegar e, além de marcar presença, ficar? Como pôde uma campanha eleitoral que tinha tudo para ser ruidosa, fazer mais do que apenas barulho de fundo e chamar tanta gente para a ouvir e seguir? Entre nacionalismos e desejos de voltar aos “bons velhos tempos”; entre falta de identidades e facilitismo perante influências; entre aquilo que os Media dizem e aquilo que incutem. Entre estes e outros mares de opiniões e mentes, estão os votos que deram a vitória a trump. Estão os votos que derrotaram Democratas e aquilo que restou de um mundo consciente e, agora, receoso.
Parece-me que a partir deste momento vivemos num mundo de extremos, numa transformação constante entre a comédia e o terror, mas numa construção crescente de ódio e medo. Vejo-me dentro de uma máquina do tempo, que para além de nos fazer recuar vários anos, faz com que tantas lutas e conquistas pela igualdade sejam, agora, suprimidas. Ao mesmo tempo, vejo erguerem-se, de novo, guerras contra estes mesmos direitos e, eventualmente, outras tanto ou mais violentas e abrangentes.
Para finalizar a onda de contradições que até agora tem sido de difícil compreensão, deixo a notícia de que, também hoje, foi dia de comemoração dos 27 anos desde a queda do muro de Berlim, enquanto é prometida a construção de outros tantos que demarcam, não só, a divisão entre o homem branco, heterossexual e preconceituoso de todos os outros que lhe são diferentes, como também a divisão entre diferentes nações.
Sinceramente não sei o que é pior: se a construção de muros físicos ou a construção de muros mentais. E questiono, por último, quantos de nós ainda têm voz para se juntar ao grito que quer, apesar de tudo, sempre crescer.

- Sara Fialho e Teresa Carreira

(Fonte da imagem: https://www.facebook.com/comunidadeculturarte/photos/a.863113933715140.1073741828.863016237058243/1503365293023331/?type=3&theater)

Trump como Presidente

 

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 A vitória de Donald Trump representa uma ameaça em vários sentidos, para os EUA e para o mundo: o temperamento dele poderá colocar em xeque acordos históricos, como o acordo nuclear do Irão e o fim do embargo Cubano. Ele vai rejeitar metas ambientais, ameaçar a segurança de grupos minoritários, entre outras ações reprováveis. Muitos dos seus apoiantes vão sentir legitimados para provocar crimes de ódio devido à eleição de Trump e o seu discurso.

 As sondagens indicam que o voto branco foi o principal impulsionador da conquista de Trump. Ele passou uma mensagem de que os bons velhos tempos voltariam com ele, com empregos e segurança, e que, para o fazer, seria preciso acabar com o “politicamente correto”, não poupando em insultos e incentivos contra as minorias. A comunidade negra e a comunidade latina praticamente não votaram em Trump porque sabiam tornar-se-iam bodes expiatórios caso ele ganhasse, mas infelizmente o voto da população branca foi suficiente para conseguir dar a Donald Trump o lugar de presidente.

 De futuro há certas coisas que podem ser feitas para evitar a ascensão de “futuros Trumps” para o cargo de presidente. Uma delas é a abolição do colégio eleitoral, que tem um dado número de representares em cada estado. Mais pessoas votaram na Hillary Clinton do que no Donald Trump, mas como mais representantes do colégio eleitoral votarão em sentido do Trump, ele acabou por ganhar as presidenciais. Não faz sentido que o candidato com mais votos não fique presidente. Outra é nunca ignorar e nunca esquecer quando um futuro candidato tem uma conduta imprópria, por muito repetitivo que seja, repudiando e não dando o nosso voto. As restrições de voto aplicadas em alguns estados impedem grupos minoritários de votar e o facto de não haver tolerância de ponto no dia de voto são fatores que impactam o resultado da votação, por isso sugiro que estas restrições sejam levantadas e que seja concedido o dia para os trabalhadores irem votar. Finalmente, o partido Democrata deve analisar o que correu mal com a sua estratégia e pensar em algo diferente.

Inevitavelmente teremos quatro anos de Trump, mas a bola está no lado dos EUA para que não tenhamos oito anos de Trump.

-Manuel Magalhães

 

(Fonte: http://www.slate.com/content/dam/slate/articles/news_and_politics/politics/2016/04/160422_POL_Donald-Trump-Act.jpg.CROP.promo-xlarge2.jpg)

Contatos

Email: dreamteensaventurasocial@gmail.com Tel: 214 149 152

Quer saber mais sobre o DREAM TEENS?

Com início em março de 2014, o Dream Teens (DT) faz parte do projeto Aventura Social, sob a coordenação da Professora Doutora Margarida Gaspar de Matos (Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa), em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian e a Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde. O Dream Teens é uma rede de 106 jovens líderes (entre os 11 e os 19 anos), que juntamente com a equipa de apoio formada por especialistas, constitui uma rede a nível nacional. O objetivo desta rede é estimular nestes jovens o sentimento de responsabilidade, liderança, empreendedorismo e autonomia, para que possam transformar os seus sonhos e ideias em projetos concretos. No Dream Teens os jovens líderes tem mais voz, e estas vozes motivam mais e mais jovens portugueses principalmente através de ações que estimulam a participação social e cívica.

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